Ácido hialurônico: qual a sua mágica?
- segunda-feira, 10 setembro 2018
- por: Dr. Leonardo Gomes
Esta é a molécula do ácido hialurônico.
Azul e viscosa, essa substância natural do nosso corpo funciona como uma esponja possante: é capaz de reter até 1000 vezes o seu peso, em água.
Com esta incrível incorporação de água, esta fabulosa molécula, além de hidratar, também pode ser usada para aumentar o volume e elasticidade de certas áreas.
Quando aplicado dentro da pele (“skin booster”) o efeito mais notado é a hidratação e a elasticidade. Quando aplicado abaixo da pele, ele aumenta o volume daquela região (lábios, por exemplo).
Existem vários tipos de ácido hialurônico, alguns mais “macios” como aqueles usados para os lábios e os mais “rígidos”, para serem usados próximo ao periósteo como quando se pretende aumentar o queixo.
Esses ácidos, que sempre foram produtos muito seguros, já existem há muitos anos, mas o seu uso era limitado, pois o produto era muito caro e muito rapidamente absorvido, o que inviabilizava financeiramente a sua aplicação rotineira.
Por isso, no passado recente, reinava a “Bioplastia”, em que o Polimetilmetacrilato (também conhecido como PMMA) era usado como principal produto preenchedor. Hoje, o PMMA se encontra praticamente abandonado, estando restrito a aplicações pontuais e em casos específicos, principalmente por causa da ocorrência de reações inflamatórias tardias. Mesmo assim, existem muitas pessoas inconsequentes aplicando grandes quantidades de PMMA, pois os produto é muito mais barato do que o ácido hialurônico, o que permite a obtenção de lucros extraordinários.
Com o passar dos anos, a indústria desenvolveu o chamado processo de “cross linkagem” do ácido hialurônico. Este processo, também conhecido como “reticulação”, liga as moléculas em rede, o que dificulta a absorção do produto pelo nosso organismo, aumentado a duração do efeito e tornando a aplicação bem mais acessível em termos financeiros.
Com a segurança na aplicação e a queda dos custos o ácido hialurônico tomou conta do mercado de preenchedores ambulatoriais e veio para ficar.
O mais interessante é que, além de reter água, o ácido hialurônico estimula a formação de colágeno. Em um primeiro momento, o produto injetado atrai a água hidratando o tecido. Depois, estimula a produção de colágeno e, em seguida, é reabsorvido. Em realidade, aquele efeito mais duradouro que nós atribuímos ao ácido, na verdade é consequência da presença do colágeno, que permanece após a absorção do ácido.
É por isso que dizemos que o ácido hialurônico dura aproximadamente 1 a 2 anos (dependendo do local preenchido e da atividade física do paciente), mas que “seu efeito” não desaparece por completo: sempre fica algum colágeno residual.
Seguro, acessível e de efeito cumulativo? E muito bom para ser verdade...mas é.
Demoramos, mas conseguimos criar um produto altamente qualificado. E a tendência é que fique cada vez mais duradouro e barato.
Que o futuro seja bem vindo.
Autor
Dr. Leonardo Gomes
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