Cirurgia das Pálpebras sem cortes: será mesmo?

  • quarta-feira, 29 agosto 2018
  • por: Dr. Leonardo Gomes
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Trocar uma cirurgia com cortes por uma outra sem cortes que é, essencialmente, uma queimadura controlada: vale a pena? É o que discutiremos ao longo deste blog. 

Vamos começar a falar sobre as indicações gerais da Blefaroplastia.  

Inicialmente, deve ficar claro que esta cirurgia se divide em Blefaroplastia da pálpebra superior e Blefaroplastia da pálpebra inferior.

Realizar uma Blefaroplastia superior sem cortar a pele é possível, mas em casos muito específicos, quando o excesso de pele é mínimo. Todavia, nestes casos, prefiro orientar o paciente a esperar um pouco mais para fazer a cirurgia clássica, com cortes, que é MUITO mais efetiva. 

Já no caso da Blefaroplastia da pálpebra inferior segue-se, em linha gerais, esta cronologia abaixo relacionada:

  • Se você tem menos de 35 anos, é provável que possa escolher a cirurgia sem cortes.
  • Entre 35 e 45 anos, é provável que você tenha que escolher a cirurgia com cortes.
  • Acima dos 45 anos, é improvável que a técnica sem cortes possa ser aplicada ao seu caso. 

O que ocorre é que, com a idade, ocorre o que denominamos “frouxidão tarso ligamentar”. Isso é um processo natural do envelhecimento caracterizado pela fadiga de uma parte da pálpebra inferior e que, necessariamente, requer a abordagem por via aberta clássica (com cicatriz) para que o resultado seja o melhor possível. 

Assim, concluímos que para fazer uma cirurgia palpebral sem cortes é preciso poder, além de querer.

A cirurgia sem cortes consiste na aplicação de energia (eletrofulguração por exemplo), que provoca uma retração da pele redundante. Compensa?

A frase “Blefaroplastia sem cortes”, a meu ver, é mais uma meia verdade. Há 28 anos faço cirurgias plásticas faciais. Nunca, alguém reclamou das cicatrizes, que são praticamente imperceptíveis. E, mais ainda, não me lembro de nenhum congresso, curso, ou conversa com colegas de profissão em que alguém tivesse relatado problemas com a cicatrização palpebral, que costuma ocorrer sem tropeços, formando marcas imperceptíveis. Teoricamente, uma cicatrização indesejada pode ocorrer em qualquer parte do corpo, mas as áreas mais propensas a cicatrização exuberante são bem determinadas: principalmente tronco e orelhas, comumente em pacientes de pele mais pigmentada e em asiáticos. 

Assim, não vejo motivo para se evitar cortes em situações nas quais as cicatrizes já ficam muito discretas. Em algumas situações, como no caso de cirurgias abdominais, há motivo real para se preocupar com as cicatrizes, que eram muito evidentes. Com o advento das vídeo- cirurgias, as cicatrizes diminuíram muito e realmente ocorreu uma marcante melhora estética nesta área, mas isso não tem relevância no caso da Blefaroplastia

Durante uma avaliação pré-operatória costumamos mostrar fotos de pacientes operados, que deram permissão, e fica claro como não há necessidade de evitar cortes na maioria dos casos de Bleraroplastia.

Estas cirurgias palpebrais são muito importantes na beleza da face. Quando alguém tem necessidade de fazer uma cirurgia estética de toda a face, se pudéssemos escolher, o ideal sempre seria começar sempre por aqui, pois o excesso de pele prejudica a iluminação, criando sombras que apagam o brilho dos olhos. Após a cirurgia, os olhos ficam iluminados e brilhantes, até a cor muda: é notável como o “o branco dos olhos” fica muito mais branco. O efeito de rejuvenescimento é inevitável.

 

 

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Autor

Dr. Leonardo Gomes

Comentários

9/4/2018 9:06:01 PM

Adorei saber mais detalhadamente sobre a Blefaroplastia. Tinha ouvido falar sobre o procedimento sem cortes, mas entendi que não estou no perfil ideal das pessoas para tal. O texto foi muito esclarecedor. Parabéns e muito obrigada!

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